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  • Foto do escritorAscom Sintesam

MAIS ATAQUES: MINISTRO CHAMA SERVIDORES DE "PARASITAS"

O ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou os funcionários públicos de "parasitas" do orçamento nacional, na última sexta (7), em um evento no Rio de Janeiro. "O hospedeiro [governo] está morrendo, o cara virou um parasita", afirmou Guedes, criticando a política de aumentos salariais de servidores.

Foto: Reprodução/Veja

Diante da repercussão negativa, disse que sua fala foi descontextualizada e que reconhece a qualidade do serviço desses trabalhadores. Mas a declaração está totalmente dentro do contexto de como o governo Jair Bolsonaro trata os funcionários públicos.




“Zebras gordas”

Por exemplo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamou professores de universidades federais de "zebras gordas", em setembro do ano passado, acusando-os de ganhar altos salários e não trabalhar - o que provocou reações indignadas de docentes em todo o país.


Outro exemplo, Jair Bolsonaro disse, em uma live, em 31 de outubro, que "quem quer atrapalhar o progresso, vai atrapalhar na Ponta da Praia". Ele se referia a servidores que estariam demorando para conceder licenças a um empreendimento. Disse que não mandava neles, mas se pudesse, "cortaria a cabeça". "Ponta da Praia" se refere à base da Marinha na Restinga de Marambaia, no Rio, que foi usada como centro de interrogatório, tortura e execução durante a ditadura.


Desde antes de assumir a Presidência da República, ele ataca fiscais ambientais, dizendo que atrapalham o progresso e multam por capricho pessoal. Técnicos do Ibama e do ICMBio reclamam que isso colocou em risco suas vidas.



Propostas de redução de jornada e remuneração

O governo Bolsonaro tenta aprovar a PEC Emergencial, apresentada em novembro do ano passado, que cria a possibilidade de acionar gatilhos em crises fiscais, reduzindo jornada e remuneração de funcionários públicos e proíbe reajustes e concursos por dois anos.


Ao generalizar o trabalho de servidores públicos, que cuidam da nossa saúde, de nossa educação, de nossa segurança, de nosso meio ambiente, o ministro abre caminho para que se generalize também o sistema financeiro, onde ele ganhou muito dinheiro, chamando-o de "parasita" e "zebra gorda". O sincericídio pode funcionar com Bolsonaro e Weintraub, que são da ala macarrônica do governo, mas pega mal quando é com o suposto "fiador racional" da administração federal.



Texto: Leonardo Sakamoto/Colunista Uol. Edição: Ascom Sintesam.

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